Adquirir um carro novo no Brasil tem se tornado um desafio cada vez maior para os consumidores. Após a pandemia, o valor médio de um veículo 0 km saltou de R$ 76 mil para R$ 141 mil. Com esse aumento significativo, muitos brasileiros estão optando por adiar a troca de automóvel e, em vez disso, têm investido mais na manutenção dos seus veículos atuais.
Esse comportamento vem beneficiando o setor de manutenção automotiva. Diante dos altos preços e de um cenário econômico ainda instável, os proprietários passaram a valorizar mais os cuidados com seus carros.
Entre 2020 e 2024, a média mensal de atendimentos em oficinas passou de 80 para cerca de 122 veículos. Esse crescimento expressivo reflete uma maior conscientização dos motoristas quanto à importância das revisões e manutenções preventivas.
Esse cenário também impactou positivamente o setor de autopeças. Segundo o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), a elevação na procura por serviços de manutenção resultou em um aumento de 13,3% no faturamento da indústria de peças em 2024.
Mas o que causou essa valorização dos automóveis? Em 2021, ainda sob os efeitos da pandemia, os preços dos carros novos tiveram um dos maiores saltos da história: 30% de aumento. Problemas globais como escassez de componentes, inflação elevada e paralisações na produção e logística contribuíram diretamente para esse cenário, afetando o bolso do consumidor.
Além disso, outro fator relevante é que os brasileiros estão mantendo seus veículos por mais tempo. A idade média dos carros leves em circulação subiu de 10,2 anos em 2019 para 11,5 anos em 2023. Veículos mais antigos exigem manutenções com maior regularidade, o que aquece o mercado de reposição e aumenta a movimentação nas oficinas. Todos esses elementos ajudam a explicar o crescimento contínuo na procura por serviços de manutenção automotiva.
Fonte: Site Auto Papo por Tom Schuenk.